segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sathya Sai Baba

Em 1968 Sathya Sai Baba viu que seu país, a Índia, enfrentava uma crise em cada esfera da atividade humana, o que era um obstáculo ao apropriado desenvolvimento da juventude do país. Era uma crise moral e espiritual. Por isso Sai Baba sentiu que o único caminho para ajudar a juventude seria reorientar o sistema de educação indiano para nele infundir uma austeridade moral e espiritual.
O primeiro passo foi fundar o Sri Sathya Sai College, em Anatapur (Andhra Pradesh) para meninas, no mês de julho do mesmo ano. O mesmo foi feito para meninos, em Brindavan, Bangalore (Karnataka), no ano de 1969. Mais tarde, concretizou-se o Sri Sathya College em Prashanti Nilayam.
Em todas estas instituições educacionais foi introduzido o sistema integral de valores orientados à educação, mantendo em vista os cinco valores humanos básicos: Verdade (Sathya), Ação Correta (Dharma), Paz (Shanti), Amor (Prema) e Não-Violência (Ahimsa). Sob a orientação de Sathya Sai Baba, e como resultado do dedicado trabalho dos professores e estudantes por um período de 12 anos até 1980, emergiu uma nova teoria e prática em educação integral, que conduz o homem no esforço para a perfeição nas partes física, vital e emocional, intelectual e espiritual de sua personalidade.
A educação espiritual é combinada harmoniosamente com os campos do conhecimento metafísico, físico e ético. O princípio da Educação em Valores Humanos é ensinar o que se pratica.
Criador do método, Sathya Sai Baba ressalta que os professores devem se familiarizar com os acontecimentos à sua volta e passá-los adiante aos estudantes sob suas responsabilidades.
“Educação sem caráter é como uma fruta sem suco ou como uma vaca que não fornece leite”.
O que quer dizer educação? Educação não é mero conhecimento, é ação. Significa a prática de valores humanos na vida diária. E o que é valor humano? Não apenas palavras: Verdade, Retidão, Paz, Amor e Não-Violência. Estão presentes naturalmente em nós.
Os ensinamentos de Sai Baba atuam diretamente na conduta de seus devotos. Por este motivo, alguns deles ficam mais sensíveis às causas sociais e tentam fazer “sua parte” para minimizar as desigualdades sociais que assolam o mundo e, mais nitidamente na Índia, que é o país mais populoso do mundo e, portanto, vítima de profundos desequilíbrios sócio-econômicos.

   

Hoje, seus milagres desafiam as explicações dos cientistas. Tem demonstrado onipresença, onisciência e onipotência.
Não propõe uma nova religião, mas a transformação da humanidade, continuando cada um a cultuar a Divindade de sua escolha ou tradição.
Seu amor, sua compaixão, sua caridade, suas bênçãos, seus milagres, suas palavras sábias, têm transformado milhões de existências em todos os continentes.

ALGUMAS DAS OBRAS E PROJETOS DE SAI BABA

Hospital de Super Especialidades: inaugurado em 1991, está localizado próximo ao ashram de Sai Baba, em Puttaparthi, e oferece atendimento em várias especialidades (oftalmologia, urologia, nefrologia), incluindo complexas cirurgias cardíacas e renais. Possui em média 300 leitos, as pessoas são atendidas por profissionais motivados por valores humanos, espírito de amorosidade e não pagam absolutamente nada pelo atendimento prestado. A excelência do serviço prestado no hospital foi reconhecido pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e especialistas de todo o mundo o buscam para lá atuar e aprender.

 Instituto Sri Sathya Sai de Ciências Médicas em Bangalore: inaugurado em 2001, trata-se de outro moderno hospital de super especialidades (cardiologia, neurologia e neuro-cirurgia, dentre outras). O Instituto presta serviços gratuitos, incluindo de diagnósticos, consultas, procedimentos pré-operatórios, cirurgias e atendimento pós-operatório, sem qualquer custo para os pacientes ou suas famílias. Com 333 leitos, possui os mais modernos equipamentos e serviços de laboratório, medicina nuclear, banco de sangue, dentre outros. Os profissionais que lá atuam, buscam servir aos doentes com extrema dedicação e compromisso.

Água Potável: o projeto de distribuição de água potável foi anunciado por Sai Baba em novembro de 1994, perante o Primeiro Ministro da Índia, com a colaboração do governo de Andra Pradesh, estado onde estão localizados os Seus ashrans. Beneficia uma população de 3.520.000 habitantes, distribuídos em 20.000 Km², cobrindo 750 povoados que necessitavam de água potável. O projeto de Água Sri Sathya Sai modificou profundamente as condições de vida no distrito de Anantapur, sul de Andra Pradesh, uma das regiões mais pobres e atrasadas da Índia. Nesta região, a falta crônica de água unia-se ao problema da fluorose, doença causada pela contaminação natural com flúor e geradora de grandes deformações ósseas nos habitantes da região. A água que antes trazia doenças, hoje é água para a vida.

Medicare Van: inaugurada recentemente, trata-se de uma van com equipamentos básicos para atendimento móvel.
 (Fonte: site Organização Sathya Sai Baba no Brasil - www.sathyasai.org.br)

Ryan Hreljac

                                     
Com apenas seis anos, Ryan Hreljac estava assistindo uma aula na sua escola em Kemptville, Canadá, quando a professora disse que todos os anos milhares de crianças africanas ficavam doentes ou morriam por ingerir água contaminada. As condições de saneamento eram péssimas e as crianças tinham que andar vários quilômetros por dia para conseguir um pouco de água. Suja e escura, longe de ser potável.
Ryan se comoveu com a história, pois ele tinha água limpa a hora que quisesse, sem nenhum esforço, bastava abrir a torneira. Perguntou para sua professora qual o valor que precisaria para levar água para as crianças africanas e ela se lembrou da ONG WaterCan que perfurava poços na África e que um poço pequeno deveria custar cerca de 70 dólares.

Ryan chegou todo animado em casa e disse para sua mãe, Susan, que precisava de 70 dólares para construir um poço para as crianças da África. Ela não lhe deu o dinheiro de imediato e informou que ele teria que fazer tarefas domésticas por um bom tempo para poder arrecadar esse valor. O pequeno garoto trabalhou durante 4 meses até conseguir o dinheiro. Isso o fez se sentir muito mais produtivo, participativo e ligado à causa do que se tivessem lhe dado a quantia logo de cara.

Ryan e sua mãe foram até a WaterCan, mas parece que às vezes o mundo se recusa a receber nossos presentes para testar a motivação de nossa generosidade. Na ONG informaram ao garoto que somente a bomba manual custava 70 dólares! Para a perfuração do poço o valor era 2.000 dólares. Susan disse que não poderia lhe dar esse dinheiro, nem que ele fizesse tarefas domésticas a vida toda. Ryan falou que voltaria em breve com o dinheiro.

A energia e determinação de Ryan animaram vizinhos, irmãos e amigos. Todos se propuseram a trabalhar, vender produtos e conseguir doações. Em pouco tempo arrecadaram 700 dólares e a WaterCan prometeu que completaria o restante do valor.

O poço que beneficiou milhares de vidas

Em 1999, o tão almejado poço foi construído na Angolo Primary School, em Uganda, beneficiando milhares de pessoas com água potável. A história, porém, não termina aí. Essa foi apenas a realização de uma pequena parte do sonho de Ryan.

Depois da construção do poço, foi feita uma parceira entre a escola do Canadá (Holy Cross Public School ) e a de Uganda (Angolo Primary School), pela qual as crianças podiam trocar correspondências. Numa dessas correspondências Ryan conheceu Jimmy Akana, um garoto que antes da construção do poço tinha que andar oito quilômetros para buscar água imunda. O recipiente que Jimmy carregava era pequeno, tinha no máximo capacidade para 10 litros, assim ele tinha que fazer várias viagens para completar o pote que tinham em casa e só depois ir à escola.

Ryan ficou emocionado com o que Jimmy lhe contou. As correspondências já não eram suficientes: queria conhecê- lo pessoalmente, sentir a realidade dele e das outras crianças. Os pais de Ryan percebiam que mesmo com a construção do poço, o filho não parava e continuava dedicado, lutando por mais doações e com muito esforço financeiro lhe presentearam com uma viagem para Uganda.
Em 2000, Ryan, seus pais e o guia chegaram de caminhonete por uma estrada de terra ao pequeno vilarejo onde foi construído o poço. Ryan ficou surpreso, pois havia milhares de crianças enfileiradas batendo palmas para ele. Os líderes do aldeia levaram Ryan até o poço e lhe pediram pra ler o que estava escrito no concreto:
“Poço de Ryan. Financiado por Ryan Hreljac. Para a comunidade de Angolo”.

Fala de Ryan quando da sua primeira visita ao primeiro poço:
“Esta experiência ajudou-me muito. Aprendi que somos todos iguais. Aprendi que as crianças precisam de certas coisas para viver com saúde e felizes, independentemente do lugar. Precisam de alimentos suficientes para comer e de água para sobreviver. Precisam de ter condições para ir às aulas e oportunidades para brincar e se divertir. Robustos e bem preparados, também eles poderão ajudar a humanidade inteira.”

A família Hreljac ganha um novo membro

Jimmy Akana, o africano que conheceu Ryan na primeira viagem que ele fez para Uganda, estava passando por maus bocados. No dia 20 de outubro de 2002, no meio da noite, Jimmy foi sequestrado violentamente pela Lord’s Resistance Army (LRA), um grupo rebelde que tentava derrubar o governo e que já tinha capturado mais de 20.000 crianças desde 1986, transformando crianças em soldados e forçando -as a matar e raptar pessoas do seu próprio povo.
    Ryan e Jimmy no primeiro encontro

Desde a visita para Uganda, em 2000, os pais de Ryan, Mark e Susan Hreljac enviavam para Jimmy, roupas, livros e dinheiro para escola. Por um momento Jimmy desanimou e pensou que nunca mais veria Ryan e os pais dele, mas pra quem enfrentou a sede durante anos, escapar não parecia ser tão impossível assim. Jimmy fugiu da cordas e correu. Os soldados deram vários tiros, mas ele conseguiu se esconder na floresta.
Jimmy estava sem teto e sozinho, quando se lembrou de Tom Omach, gerente de projetos, que cresceu perto da vila dele e que organizou a primeira viagem de Ryan para a África. Jimmy chegou a casa de Tom muito assustado e ele prontamente abraçou o garoto e disse que não estavam seguros ali, pois algum vizinho amedrontado poderia denunciá-lo. Tom pedalou por sete quilômetros para a casa do tio de Jimmy e o deixou o garoto lá, dizendo que voltaria em breve para buscá-lo.
Tom Omach mandou uma email para Família de Ryan e todos ficaram preocupados com a situação, não conseguiam dormir e queriam que Jimmy viesse para Canadá o quanto antes. Depois de um plano bem sucedido, Jimmy finalmente chegou ao Canadá e foi morar na casa de Ryan. A permanência definitiva no país não foi nada fácil. Depois de muita papelada, empréstimo feito pela família Hreljac para contratar advogado e audiência com o juiz, Jimmy felizmente estava regularizado no país e podia ficar.
Hoje em dia, Jimmy é um membro permanente da família Hreljac, concluiu o ensino médio e se adaptou bem a nova língua e ao pais. Ele é o braço direito de Ryan na Fundação (Ryan’s Well Foundation), fazendo apresentações e oferecendo seu conhecimento no mundo todo sobre questões da água.


    Ryan e Jimmy hoje em dia

 

A Fundação de Ryan

A Ryan’s Well Foundation, criada em 2001, acaba de completar 10 anos. Ajudou a construir mais de 630 poços e 700 latrinas, levando água potável e serviços de saneamento básico para mais de 705.000 pessoas.
Ryan é reconhecido pela Unicef como Líder Global da Juventude e continua dedicado e empolgado com seu trabalho na Fundação, dando palestra em vários países, escolas, igrejas, clubes, eventos e conferências, falando de forma apaixonada sobre a necessidade de água limpa em todo o mundo. Ensina também a população local a cuidar corretamente dos poços e da água.

No site da fundação é possível fazer doações, conhecer os projetos e até receber dicas, passo a passo de como fazer seu próprio projeto e arrecadar fundos. Nem a distância é problema, pois eles também realizam palestra por Skype, basta entrar em contato.


    Poço no vilarejo Kulu Amik (fonte: @theryanswell)

Artigo escrito por Leonardo Costa - blog: http://papodehomem.com.br/